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Jerusalém - Israel criticou hoje a Argentina, o Brasil e o Uruguai por declararem reconhecimento de um Estado palestiniano, dizendo que isso é uma "interferência altamente prejudicial" por parte de países que nunca fizeram parte do processo de paz no Médio Oriente.
"Eles nunca contribuíram para o processo, e agora estão a tomar uma decisão que vai completamente contra tudo o que foi acordado até agora", disse um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Yigal Palmor. "É um absurdo."
Palmor disse que Israel vai transmitir a sua decepção aos governos em questão e avisar "qualquer país que siga o seu exemplo" que ele corre o risco de causar mais confusão em torno do processo de paz.
A Argentina anunciou na segunda-feira que reconhece a "Palestina como Estado livre e independente" e disse que a decisão segue as do Uruguai e Brasil, que no mês passado reconheceram um "Estado da Palestina baseado na fronteira pré-1967".
Israel contesta a reivindicação palestiniana de controlo de toda a Cisjordânia e Jerusalém Oriental, terras que capturou da Jordânia na guerra de 1967 e nas quais desde então fixou grandes assentamentos judaicos.
"Tal declaração hoje apenas prejudica o processo de paz, porque simplesmente encoraja os palestinianos a continuar a resistir, na esperança de que algum milagre caia do céu ou que a comunidade internacional imponha algum tipo de acordo a Israel", disse o vice-chanceler Danny Ayalon.
"E o importante é que os americanos tampouco aceitam isso", disse Ayalon à rádio do exército de Israel.
A maior parte do mundo ignorou a declaração de um Estado palestiniano feita por Yasser Arafat em 1988. Mas, com o processo de a paz murchar, o presidente palestiniano, Mohammed Abbas, disse que outras opções podem incluir buscar o reconhecimento do Estado palestiniano nas Nações Unidas - embora ele tenha admitido que seja pouco provável conseguir o apoio dos EUA.
As negociações de paz mediadas pelos EUA, e que começaram há duas décadas, se baseiam na premissa de um Estado palestiniano delineado com o consentimento de Israel.
As potências mundiais querem um tratado que crie um Estado na Cisjordânia - incluindo Jerusalém Oriental - e na Faixa de Gaza, que Israel tomou do Egipto na guerra de 1967 e da qual se retirou em 2005.
O actual primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, de direita, resiste aos apelos dos EUA pelo fim das construções nos assentamentos israelitas na Cisjordânia, algo que Abbas definiu como condição para a retomada das negociações.
Abbas argumenta que os palestinianos, que já aventaram a possibilidade de trocas de terra como parte de um possível acordo com Israel, precisam de garantias de que o seu futuro Estado terá território suficiente e uma capital em Jerusalém Oriental.
Israel diz que Jerusalém é sua capital não divisível. Mas esse status, como também o dos assentamentos israelitas, não ganhou apoio internacional. O direito de Abbas de negociar fronteiras e outras questões-chaves é contestado pelo grupo islâmico Hamas, que venceu uma eleição em 2006, tomou o controle da Faixa de Gaza um ano depois e rejeita a coexistência permanente com o Estado judaico.
"Existe uma entidade palestiniana na Cisjordânia, governada pela Autoridade Palestiniana, outra entidade em Gaza, governada pelo Hamas, e as duas não se reconhecem mutuamente", disse Palmor. "Qual Estado palestiniano os brasileiros e argentinos estão a reconhecer? Isso não está claro nem sequer para os próprios palestinianos."
Fonte: Angola Press
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